Estudo alerta para deterioração da relação humana com a natureza

Uma pesquisa recente abordou o avanço da biofobia e alerta para impactos na saúde, no bem-estar e na conservação ambiental
Leandro Costa Criscuolo05/12/2025 06h40
joaninha
Imagem: Somogyi Laszlo/Shutterstock
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Siga o Olhar Digital no Google Discover

A natureza costuma ser associada ao bem-estar e à recuperação emocional, mas um número crescente de pessoas tem desenvolvido reações negativas ao ambiente natural — como medo, desconforto ou repulsa.

Esse fenômeno, conhecido como biofobia, é o foco de um novo estudo da Universidade de Lund, na Suécia.

Estudo revela que os humanos estão deixando de gostar da natureza – Imagem: Evgeny Atamanenko/Shutterstock

Um panorama global da aversão à natureza

  • A pesquisa, publicada na revista Frontiers in Ecology and the Environment, realizou uma revisão sistemática de quase 200 estudos científicos conduzidos em países como Suécia, Japão e Estados Unidos.
  • O objetivo foi mapear como a biofobia surge, quais impactos provoca e o que pode ser feito para revertê-la.
  • Segundo o pesquisador Johan Kjellberg Jensen, que liderou o trabalho, a ciência tradicionalmente assume que a relação humana com a natureza é positiva — mas esse não é mais o caso para uma parcela crescente da população.

Leia mais

Fenômeno da biofobia está afastando crianças e adultos da vida ao ar livre – Imagem: maxim ibragimov/Shutterstock

Os resultados mostram que emoções negativas são influenciadas por fatores externos, como urbanização, pouco contato com áreas verdes e narrativas midiáticas, além de fatores internos, como condições de saúde e características emocionais.

Os pesquisadores também identificaram sinais de que a conexão com animais, plantas e ambientes naturais está se deteriorando ao longo do tempo.

Como reverter a tendência

Para Jensen, romper o ciclo exige ampliar a exposição cotidiana à natureza, especialmente nas cidades. Isso inclui fortalecer a biodiversidade urbana e criar espaços verdes que proporcionem experiências positivas desde a infância.

Ele destaca ainda que compreender os mecanismos por trás da biofobia é essencial para desenvolver políticas que recuperem o vínculo humano com a natureza e evitem atitudes que prejudiquem esforços de conservação e sustentabilidade.

Relação humana com a natureza está pioranto e pode influenciar negativamente as políticas de preservação ambiental – Imagem: Barronms/Shutterstock
Leandro Costa Criscuolo
Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.